A função fática, também chamada de contato, é uma das funções da linguagem e centra-se no canal da comunicação, já que se utiliza para estabelecer, prolongar ou interromper uma conversa. Por exemplo: Você está me escutando bem?
Esta função praticamente não tem conteúdo informativo, já que seu objetivo não é transmitir fatos da realidade, mas confirmar a disponibilidade do canal comunicativo. Por exemplo: Olá!
Para lembrar: O canal de comunicação é o meio que permite a transmissão física da mensagem entre o emissor e o receptor. Por exemplo: em uma conversa cara a cara, o canal é o ar, através do qual se propaga o som das vozes, enquanto que em uma conversa telefônica o canal é o telefone.
Além disso, a função fática serve para comprovar se o canal é idôneo e possibilita o intercâmbio, ou seja, para comprovar que não apresenta obstáculos físicos. Por exemplo: Se ouve sem microfone?
- Veja também: Linguagem verbal e não verbal
Tipos de formas fáticas
A função fática pode manifestar-se de diversas maneiras. Normalmente ela é encontrada em:
- Formas de saudação. Dão início à conversa e servem para abrir o canal da comunicação. Por exemplo: Bom dia.
- Formas de comprovação do canal. Servem para confirmar a eficácia do canal da comunicação, ou seja, que as mensagens cheguem sem obstáculos e que a atenção do interlocutor se mantenha ativa. São produzidas pelo emissor. Por exemplo: Se escuta a minha voz?
- Formas de confirmar a recepção. São usadas para que o interlocutor saiba que a mensagem está sendo recebida corretamente e sem interrupções. São produzidas pelo receptor. Por exemplo: Ah.
- Formas de interromper uma conversa. São usadas para definir um corte ou para terminar a conversa. Por exemplo: Isso é tudo.
- Formas de retomar uma conversa. Permitem retomar uma conversa previamente interrompida. Por exemplo: Onde paramos?
Exemplos da função fática
- Boa noite!
- Bom dia!
- Olá.
- Você me escuta?
- É possível entender?
- Escuto o senhor.
- Boa tarde a todos e a todas.
- Olá?
- Desculpe, um segundo.
- Bem.
- É claro.
- Ouça!
- Sim, entendo.
- Claro.
- Um, dois, três, testando.
- Você está aí?
- Está bem.
- Você me ouve?
- Senhor, desculpe.
- Alguém me ouve?
- Posso lhe fazer uma pergunta?
- Compreendo.
- Sim?
- Pois não.
- O quê?
- Certo.
- Te escuto, sim.
- O que estávamos dizendo?
- Alô.
- Já vejo.
Outras funções da linguagem
As funções da linguagem representam os diferentes propósitos com os quais se utiliza a língua em uma situação comunicativa. Cada uma delas se centra em um de seus elementos.
As funções da linguagem foram teorizadas pelo linguista russo Roman Jakobson (1896-1982) e representam os diferentes propósitos com os quais se usa a linguagem durante a comunicação. Em cada uma delas, prioriza-se um aspecto determinado da situação comunicativa.
Além da função fática, existem outras cinco funções da linguagem:
- Função emocional ou expressiva. Centra-se no emissor e é usada para transmitir sentimentos, emoções, estados físicos, sensações, desejos. Por exemplo: Estou feliz.
- Função apelativa ou conativa. Centra-se no receptor e utiliza-se para incitar ou motivar o interlocutor a realizar uma ação. Por exemplo: Venha aqui.
- Função referencial ou denotativa. Centra-se no referencial e no contexto e é utilizado para transmitir informação concreta ligada à realidade objetiva. Por exemplo: Hoje é segunda-feira.
- Função poética. Centra-se na mensagem e utiliza-se para provocar um efeito estilístico e estético, posto que se prioriza a maneira em que se diz o que se quer transmitir. Por exemplo: “Deus ajuda a quem cedo madruga”.
- Função metalinguística. Centra-se no código e é usada para explicar algum aspecto da própria linguagem. Por exemplo: O termo “casa” é sinônimo de morada.
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