Exemplos de
Exemplos de textos narrativos

Os textos narrativos são aqueles que relatam acontecimentos reais ou imaginários protagonizados por um ou mais personagens, que transcorrem em um espaço e tempo determinados. Por exemplo: um conto, um filme, uma lenda.

Estes textos podem ser orais ou escritos, e são muito frequentes em nossa comunicação cotidiana: usamos cada vez que contamos a alguém uma situação determinada, como uma história ou uma viagem. Também aparecem na literatura, no jornalismo e no discurso histórico. Por exemplo: um romance, uma notícia, uma biografia.

Exemplos de textos narrativos

  1. Conto

Precisa-se de um professor de língua javanesa. Cartas etc. Ora, disse cá comigo, está ali uma colocação que não terá muitos concorrentes; se eu capiscasse quatro palavras, ia apresentar-me.

– E onde aprendeu o javanês? – indagou ele, com aquela teimosia peculiar aos velhos.

Não contava com essa pergunta, mas imediatamente arquitetei uma mentira. Contei-lhe que meu pai era javanês.

Fez-me morar em sua casa, enchia-me de presentes, aumentava-me o ordenado. Passava, enfim, uma vida regalada.

Na rua, os informados apontavam-me, dizendo aos outros: “Lá vai o sujeito que sabe javanês.” Nas livrarias, os gramáticos consultavam-me sobre a colocação dos pronomes no tal jargão das ilhas de Sonda. Recebia cartas dos eruditos do interior, os jornais citavam o meu saber e recusei aceitar uma turma de alunos sequiosos de entenderem o tal javanês. A convite da redação, escrevi, no Jornal do Comércio, um artigo de quatro colunas sobre a literatura javanesa antiga e moderna…

Fragmento do conto O homem que sabia javanês, de Lima Barreto

  1. Romance

Primeira Parte: Os Aventureiros

De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se dirige para o norte, e engrossado com os mananciais que recebe no seu curso de dez léguas, torna-se rio caudal.

É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em seu vasto leito.

Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde então a beleza selvática; suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo submisso, sofre o látego do senhor.

Não é neste lugar que ele deve ser visto; sim três ou quatro léguas acima de sua foz, onde é livre ainda, como o filho indômito desta pátria da liberdade.

Fragmento de O Guarani, de José de Alencar

  1. Epopeia (ou poema épico)

Canta-me, ó deusa, do Peleio Aquiles
A ira tenaz, que, lutuosa aos Gregos,
Verdes no Orco lançou mil fortes almas,
Corpos de heróis a cães e abutres pasto:
Lei foi de Jove, em rixa ao discordarem
O de homens chefe e o Mirmidon divino.
Nume há que os malquistasse? O que o Supremo
Teve em Latona. Infenso um letal morbo
No campo ateia; o povo perecia,
Só porque o rei desacatara a Crises.
Com ricos dons remir viera a filha
Aos alados baixéis, nas mãos o cetro
E a do certeiro Apolo ínfula sacra.
Ora e aos irmãos potentes mais se humilha:
“Atridas, vós Aqueus de fina greva,
Raso o muro Priâmeo, assim regresso
Vos deem feliz do Olimpo os moradores!
Peço a minha Criseida, eis seu resgate;
Reverentes à prole do Tonante,
Ao Longe-vibrador, soltai-me a filha”.
Que, aceito o preço esplêndido, se acate
O sacerdote murmuraram todos.

Início do “Canto I”, da Ilíada, de Homero, com tradução de Manoel Odorico Mendes (1799-1864)

  1. Lenda

Lenda da Cuca

A cuca é uma personagem do folclore brasileiro que ficou muito conhecida como a figura de uma velha senhora com corpo de réptil.

Na verdade, trata-se de uma feiticeira com poderes de encantar e raptar crianças, como vemos na cantiga popular “Nana Neném”:

Nana, neném
Que a cuca vem pegar
Papai foi na roça
Mamãe foi trabalhar

A origem do mito nasceu em Portugal com a personagem coca, uma criatura sem forma que assusta as crianças desobedientes.

No Brasil, essa lenda ganhou projeção ao integrar as histórias do Sítio do Pica Pau Amarelo, obra literária de Monteiro Lobato que tem 23 volumes, escritos entre 1920 e 1947.

  1. Mito

Caixa de Pandora (mito grego)

A caixa de Pandora é uma história que surge como continuação do mito de Prometeu.

Antes de Prometeu ser castigado, ele havia alertado seu irmão, Epimeteu, a nunca aceitar um presente dos deuses, pois sabia que as divindades queriam vingança.

Mas Epimeteu não acatou o conselho do irmão e aceitou a bela e jovem Pandora, uma mulher que havia sido criada pelos deuses com o intuito de castigar a humanidade por receber o fogo sagrado.

Quando foi entregue a Epimeteu, Pandora também levou uma caixa e a instrução de nunca abri-la. Mas os deuses ao criá-la, colocaram nela a curiosidade e desobediência.

Assim, passado um tempo de convívio entre os humanos, Pandora abriu a caixa. De dentro dela saíram todos os males da humanidade como a tristeza, o sofrimento, as doenças, a miséria, a inveja e outros sentimentos maléficos. Por fim, a única coisa que restou na caixa foi a esperança.

  1. Fábula

O cachorro e o seu reflexo

Era uma vez um cachorro que estava cruzando um lago. Ao fazê-lo, levava uma presa bastante grande em sua boca. Enquanto atravessava, viu-se no reflexo da água. Acreditando que era outro cachorro, e ao ver o enorme pedaço de carne que levava, quis pegá-lo. No entanto, ao querer tirar a presa do seu próprio reflexo, perdeu a que tinha na boca e ficou sem nada.

Moral da história: A ambição de ter tudo pode nos levar a perder o que já alcançamos.

  1. Crônica

O naufrágio do Titanic

No dia 15 de abril de 1912 teve lugar uma das maiores tragédias náuticas da história: o naufrágio do Titanic.

Aquela travessia era a viagem inaugural do navio, que partiu no dia 10 de abril de Southampton, Reino Unido, e devia atravessar o oceano Atlântico até chegar a Nova York.

No entanto, na noite de 14 de abril, por volta das 23h40min, o Titanic chocou contra um gigantesco iceberg que furou o casco e a embarcação começou a afundar-se no mar.

O capitão ordenou usar os botes salva-vidas, mas não eram suficientes. Apesar das tentativas da tripulação para pedir ajuda por rádio, nenhum navio se dirigiu a eles. Assim, às 2h20min do dia 15 de abril, o Titanic encontrava-se já sepultado no fundo do mar.

Na tragédia perderam a vida 1600 pessoas das 2207 que tinham embarcado na viagem.

  1. Parábola

Parábola do semeador

O Reino de Deus é como um homem que lança o grão na terra; quer durma quer se levante, de noite ou de dia, o grão brota e cresce, sem que ele saiba como. A terra dá o fruto por si mesma; primeiro erva, logo espiga, depois trigo abundante na espiga. E quando o fruto o admite, logo se lhe mete a foice, porque chegou a colheita.

Novo Testamento, Marcos 4, 26-29.

  1. Canção de gesta

A CANÇÃO DE ROLANDO
A TRAIÇÃO DE GANELÃO (versos 1 a 1016)
A assembleia dos Sarracenos

1 (versos 1 a 9)

O rei Carlos, nosso grande imperador,
sete anos completos permaneceu na Espanha:
conquistou a terra altiva até o mar.
Nenhum castelo resiste diante dele;
não lhe resta abater nenhum muro, nenhuma cidade,
exceto Saragoça, que fica numa montanha.
Domina-a o rei Marsilio, que não ama Deus:
ele serve a Maomé e invoca Apolo.
Não pode se proteger, nem impedir a desgraça de o atingir.

2 (versos 10 a 23)

O rei Marsílio estava em Saragoça.
Foi para a sombra de um vergel.
Repousa em um pórtico de mármore azul.
Em torno dele estão mais de vinte mil homens.
Ele convoca seus condes e duques:
“Escutai, senhores, a calamidade que nos assola.
O imperador Carlos da Doce França
veio a este país para nos confundir.
Não tenho exército para combatê-lo.
Não tenho homens capazes de desbaratar o exército dele.
Aconselhai-me como sábios
e salvai-me da morte e da vergonha!”
Nenhum pagão responde uma só palavra,
exceto Blancandrino, do castelo de Val Fonde.

Início de A Canção de Rolando

  1. Biografia

Tiradentes nasceu na Fazenda do Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José del-Rei, na Capitania de Minas Gerais.

Joaquim José da Silva Xavier era o quarto de sete filhos do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e de Antônia da Encarnação Xavier.

Tiradentes era oriundo de uma família que não era pobre, como se constatou pelo inventário da sua mãe, que foi aberto em 1756. Havia 35 escravos na grande fazenda do Pombal, onde trabalhavam também em mineração. Um alpendre dava acesso externamente a um oratório e havia senzalas e cozinhas coletivas. Foi ainda relacionada no inventário uma grande e valiosa quantidade de equipamentos para mineração.

Em 1755, após a morte de sua mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de seu tio e padrinho Sebastião Ferreira Leitão, que era cirurgião dentista. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido (alcunha) de Tiradentes. Segundo frei Raimundo de Penaforte, Tiradentes “ornava a boca de novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam naturais”.Trabalhava ocasionalmente como médico, em vista dos conhecimentos sobre plantas medicinais adquiridos com seu primo, frei José Mariano da Conceição Veloso, consagrado botânico à época.

Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, morreu no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1792.

Fonte: Wikipedia

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Zambra, Cristina. Exemplos de textos narrativos. Enciclopédia de Exemplos, 2023. Disponível em: https://www.ejemplos.co/br/exemplos-de-textos-narrativos/. Acesso em: 26 de novembro de 2024.

Sobre o autor

Autor: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ).

Revisado por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ).

Data de publicação: 29 de junho de 2023
Última edição: 4 de agosto de 2023

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