As etapas do desenvolvimento humano são as diferentes fases que uma pessoa passa durante a vida, e que ocorrem de forma semelhante em todos os indivíduos. Por exemplo: etapa pré-natal, infância, idade adulta.
Estas etapas descrevem um conjunto de características e mudanças que se seguem durante o ciclo vital e que diferenciam períodos. A divisão em etapas é uma construção social, por isso não são absolutas. A influência do ambiente dá lugar à diversidade, além da idade cronológica. Apesar das diferenças, características comuns podem ser estabelecidas em cada etapa. Por exemplo: a etapa da infância é caracterizada pelo crescimento físico e pelo desenvolvimento das funções cognitivas.
O conceito de desenvolvimento se refere a um processo que inclui mudanças em relação ao crescimento físico,às funções cognitivas e aos aspectos psicossociais de uma pessoa. Estas mudanças são causadas pela interação de fatores biológicos (amadurecimento, crescimento) e ambientais ou culturais (experiência).
O ciclo vital tem sido estudado sob diferentes perspectivas e existem várias propostas em relação a quais são as etapas e qual é sua duração. Geralmente, distinguem-se oito etapas do desenvolvimento humano:
- Pré-natal: desde a concepção até o nascimento.
- Primeira infância: entre o nascimento e os 3 anos de idade.
- Segunda infância: entre 3 e 6 anos de idade.
- Terceira infância: entre 6 e 11 anos de idade.
- Adolescência: entre 11 e 20 anos de idade.
- Adultez emergente: entre 20 e 40 anos de idade.
- Vida adulta intermediária: entre 40 e 65 anos de idade.
- Vida adulta tardia: dos 65 anos em diante
- Veja também: Assimilação e acomodação
Etapa pré-natal
O pré-natal também é chamado de “fase intrauterina”, já que ocorre dentro da matriz da mãe durante a gravidez.
Geralmente dura nove meses, e compreende três fases distintas:
- Fase pré-embrionária. Um óvulo é fertilizado por um espermatozoide e inicia uma rápida multiplicação celular que leva a um aumento de tamanho, até se enraizar no útero.
- Fase embrionária. As camadas do embrião começam a se multiplicar e se especializar, formando o que mais tarde serão os diferentes tecidos do feto.
- Fase fetal. O embrião começa a ser considerado um feto e continua a se desenvolver até o final da gravidez, quando está pronto para deixar o útero materno.
Etapa da primeira infância
A infância é caracterizada pela aprendizagem de novas habilidades, que são definidas pela interação com o ambiente e com as pessoas que cuidam. O crescimento é estrutural (mudanças anatômicas) e funcional (mudanças comportamentais).
No início, o bebê mal começa a reconhecer suas habilidades motoras e sensoriais, por isso apresenta movimentos reflexos e automáticos, como a sucção do peito materno. O crescimento físico e o desenvolvimento de habilidades motoras são muito rápidos.
O desenvolvimento cognitivo é articulado através do jogo. As habilidades de aprender e lembrar estão presentes. O bebê pode atuar sobre o que está presente, através de esquemas de ação sensório-motores que lhe permitem aprender a se mover no ambiente. Por exemplo: balançar um chocalho, descobrir o som dele e repetir o movimento para ouvi-lo novamente.
A criança começa a construir uma imagem de si mesma e da sua influência no ambiente, ao qual se adapta. Para isso, é necessário um ambiente seguro e confiável que permita o desenvolvimento do apego.
Etapa da segunda infância
Na etapa da segunda infância, o crescimento é constante. A coordenação motora grossa e fina se consolida. Começa a se definir a lateralidade, que é a preferência por usar um lado do corpo (direito ou esquerdo) para a maioria das tarefas.
O pensamento é egocêntrico, ou seja, apresenta pouca capacidade de compreender o ponto de vista das outras pessoas. A linguagem permite novas funções, como imitação e jogo simbólico. Por exemplo: usar uma caixa como um se fosse um carro, brincar de ser super-herói.
A criança gradualmente aumenta a sua autonomia e o seu autocontrole. Pode começar a reconhecer as suas emoções, o que torna mais complexa a compreensão de si mesmo. A família continua sendo central na experiência social, embora comece a manifestar o interesse por outras crianças.
Etapa da terceira infância
Na etapa da terceira infância, a força física aumenta, enquanto o crescimento é mais lento.
O pensamento egocêntrico diminui e os raciocínios são lógicos e concretos. Isto permite realizar operações reversíveis. Por exemplo: deduzir um resultado a partir de uma situação inicial. Além disso, aumentam as habilidades em relação à memória e à linguagem.
As mudanças físicas e as novas experiências, como a escolarização, fazem com que a criança mude sua autopercepção. As outras crianças de sua idade ganham uma importância central na vida social.
Etapa da adolescência
A adolescência é a etapa humana que apresenta mudanças mais significativas física e emocionalmente. A maturidade reprodutiva se manifesta através de mudanças físicas:
- Aparência de pelos públicos e corporais.
- Desenvolvimento dos órgãos genitais.
- Mudanças na voz.
- Aparecimento de caracteres sexuais secundários, como o crescimento das mamas ou o alongamento do pênis.
- Crescimento acelerado de tamanho e do peso.
- Ativação do aparelho reprodutivo (início da menstruação ou da primeira ejaculação).
Em relação ao cognitivo, desenvolve-se o pensamento lógico-formal, que permite o raciocínio abstrato e sem dados imediatos. Por exemplo: considerar diferentes pontos de vista ou variáveis em uma mesma situação. O pensamento opera sobre as ideias, por isso se expandem as possibilidades simbólicas e a criatividade.
Esta etapa é fundamental no processo de descoberta do eu e do mundo, bem como dos valores. A busca da identidade é um aspecto central. Os outros adolescentes da mesma idade têm grande influência na vida amorosa de cada adolescente.
Etapa da adultez emergente
A etapa da adultez emergente é também conhecida como juventude. A maturidade física está completa e a condição física é ótima.
Durante a juventude, há escolhas educacionais e de trabalho que envolvem o início de uma vida em que se assume plena responsabilidade pelos próprios atos. Os julgamentos morais se tornam complexos. É de esperar que os adultos tenham maior inteligência emocional. Por exemplo: refletir sobre si mesmo, controlar os impulsos.
Os traços da personalidade são mais estáveis, embora continuem a mudar com as experiências. É comum estabelecerem relações íntimas e escolhas de estilo de vida.
Etapa da vida adulta intermediária
Na etapa da vida adulta intermediária, é possível haver um certo declínio na saúde e resistência física, bem como nas capacidades sensoriais. Por exemplo: diminuição da audição e da visão.
Por outro lado, em relação ao cognitivo, as habilidades mentais continuam plenas, embora algumas funções possam diminuir, como a orientação ou a memória. A capacidade de resolver problemas é elevada e precisa, e é possível gerar novas aprendizagens.
A transição para a metade da vida influencia a construção do sentido de identidade, uma vez que surgem novas questões. É comum ser uma etapa estável, em que as pessoas veem o seu potencial desenvolvido.
Etapa da vida adulta tardia
A etapa da vida adulta tardia é um período de declínio em relação às faculdades físicas e reprodutivas, embora a maioria das pessoas permaneça saudável e ativa. Isto depende do desenvolvimento físico e intelectual experimentado nas etapas anteriores.
Algumas faculdades cognitivas, como as habilidades de visão e espaço ou de orientação, são prejudicadas. No entanto, existem formas de estimular e melhorar as funções. Por exemplo: aprender algo novo, participar em atividades sociais.
As pessoas geralmente têm mais tempo livre, o que permite novas experiências. A relação com familiares e amigos são importantes, pois proporcionam apoio e companhia. Geralmente, aparecem perguntas sobre o significado da vida.
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Referências
- Erikson, E. (1985). El ciclo vital completado. Paidós.
- Papalia, D. E. y Martorell, G. (2017). Desarrollo humano. McGraw-Hill.
- Piaget, J. (1972). Psicología de la inteligencia. Psique.
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