As ciências formais são aquelas que trabalham com entidades abstratas ou formais, como os números, os símbolos e as proporções. Sua área de estudo não é o mundo real, mas o mundo ideal, onde se encontram formas vazias de conteúdo que funcionam como instrumentos de análise para compreender a realidade. Por exemplo: matemática, lógica.
As ciências formais utilizam o método dedutivo, no qual a conclusão se deriva de premissas mediante o raciocínio lógico. Uma vez que as ciências formais precisam usar proposições que sejam demonstráveis em sentido lógico, são usadas como axiomas, que são enunciados evidentes aceitos como verdades universais, sem exigir demonstração prévia.
As ciências formais são construídas com base em sistemas formais, que são compostos por:
- Um conjunto finito de símbolos usados para a construção de fórmulas.
- Uma gramática formal, como mecanismo para a construção de fórmulas bem formadas.
- Um conjunto de axiomas.
- Um conjunto de regras de inferência.
- Um conjunto de teoremas que inclui tudo o que pode ser derivado dos axiomas.
- Veja também: Ramos da ciência
Características das ciências formais
As ciências formais têm as seguintes características:
- Abstração. Trabalham com conceitos abstratos e estruturas formais, não relacionados com o mundo físico.
- Raciocínio dedutivo. Baseiam-se na lógica dedutiva para derivar teoremas e resultados a partir de axiomas e definições.
- Independência empírica. Não dependem da observação ou experimentação empírica. Seus resultados são verdadeiros em função da coerência interna e da lógica do sistema.
- Axiomatização. Fundamentam-se em sistemas de axiomas, que são proposições iniciais assumidas sem prova.
Exemplos de ciências formais
- Matemática. É a ciência dedutiva que se dedica ao estudo das propriedades dos entes abstratos e de suas relações. Trabalha com números, símbolos e figuras geométricas. A estatística, aritmética e geometria são ramos da matemática, também considerados ciências formais.
- Lógica. É a ciência que se ocupa da forma em que os enunciados podem se conectar para gerar conclusões válidas. Fornece um quadro para avaliar a verdade ou falsidade das afirmações de forma sistemática e objetiva.
- Ciência da computação teórica. Dentro das ciências da computação, é a que se enfoca nos aspectos mais abstratos e matemáticos da área. Inclui a análise de algoritmos e sobretudo da semântica formal de linguagens de programação.
Diferença entre ciências formais e ciências fáticas
Geralmente a noção de ciências formais vem em contraposição às ciências fatuais, que são as que estudam os fatos e fenômenos da realidade. São verificáveis através da observação e da experimentação, e o seu método permite a dedução, a indução e a abdução. Por exemplo: ciências naturais, ciências sociais.
As principais diferenças entre ciências formais e ciências fatuais são:
Ciências formais | Ciências fáticas |
---|---|
Estudam entidades abstratas e suas relações. | Estudar fenômenos naturais e sociais observáveis. |
Têm como objeto de estudo conceitos abstratos e estruturas lógicas. | Têm como objeto de estudo fatos e fenômenos do mundo real. |
Utilizam o método dedutivo. | Utilizam o método indutivo e experimental. |
Demonstram teoremas e proposições a partir de axiomas. | Descobrem e explicam leis e princípios naturais e sociais. |
Alcançam resultados lógicos. | Alcançam resultados verificáveis empiricamente. |
Por exemplo: matemática, lógica, ciências da computação teórica. | Por exemplo: física, química, biologia, sociologia, psicologia. |
Tanto umas como as outras são fundamentais no mundo atual, já que se complementam: as contribuições de algumas ciências fundamentais no que se refere ao avanço tecnológico (como a química ou a informática) se apoiam em sistemas formais como o da matemática.
Continue com:
- Ramos da psicologia
- Diferença entre ciências formais e ciências fáticas (factuais)
- Modelos científicos
- Conhecimento científico
Referências
- Bunge, M. (2000). La investigación científica: su estrategia y su filosofía. Siglo XXI.
- Gianella, A. (2006). Las disciplinas científicas y sus relaciones. Anales de la educación común, 2(3), 74-83.
- Paitán, H. Ñ., Mejía, E. M., Ramírez, E. N., & Paucar, A. V. (2014). Metodología de la investigación cuantitativa-cualitativa y redacción de la tesis. Ediciones de la U.
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