Vamos explicar
Como nomear os ácidos?

Os ácidos são compostos químicos que têm pH menor que 7. Isto significa que, em contato com a água, produzem uma atividade maior do cátion hidrônio (H₃O⁺ ou abreviado, H⁺) do que a água pura.

Há diferentes teorias para definir um ácido:

• Teoria de Arrhenius. Afirma que um ácido é uma espécie química que, em solução aquosa, contribui com íons de hidrogênio (H⁺) para a solução. Esta definição é semelhante à mencionada anteriormente.
• Teoria de Brønsted-Lowry. Define que um ácido é uma espécie química que cede um íon de hidrogênio para outra espécie química (base de Brønsted-Lowry).
• Teoria de Lewis. Postula que um ácido é uma espécie química que aceita um par de elétrons de outra espécie química (uma base de Lewis).

• Veja também: Ácidos e bases

Propriedades dos ácidos

Os ácidos podem existir em qualquer estado de agregação, ou seja, sólido, líquido ou gasoso, e apresentam certas propriedades comuns a todos eles:

• Seu sabor é azedo.
• Quando em contato com o papel tornassol, fazem com que ele mude de cor de azul para rosa.
• São substâncias corrosivas, tanto em contato com substâncias inorgânicas quanto orgânicas. Por isso, queimam a pele.
• São bons condutores de eletricidade quando formam soluções em água, pois se dissociam em seus íons.
• Ao entrarem em contato com bases, produzem uma reação de neutralização que gera sais e água.
• Ao entrar em contato com óxidos metálicos, produzem uma reação que forma sais e água.

Nomenclatura dos oxiácidos (ou oxoácidos)

• Nomenclatura Tradicional. Para nomeá-los, escreve-se a palavra “ácido” seguida da raiz do nome do não metal (que será explicado posteriormente) acompanhada de prefixos e sufixos que correspondem ao número de oxidação do não metal. Assim, temos as seguintes opções:

• Se o não metal tiver número de oxidação 1 ou 2, escreve-se o prefixo “hipo” (raiz do nome do não metal) seguido pelo sufixo “oso”. Por exemplo: ácido hipossulfuroso (H₂SO₂), em que o enxofre tem número de oxidação 2+.
• Se o não metal tiver número de oxidação 3 ou 4, escreve-se (raiz do nome do não metal) seguido pelo sufixo “oso”. Por exemplo: ácido bromoso (HBrO₂), em que o bromo tem número de oxidação 3+.
• Se o não metal tiver o número de oxidação 5 ou 6, escreve-se (raiz do nome do não metal) seguido do sufixo “ico”. Por exemplo: ácido sulfúrico (H₂SO₄), em que o enxofre tem número de oxidação 6+.
• Se o não metal tiver o número de oxidação 7, escreve-se o prefixo “per” (raiz do nome do não metal) seguido do sufixo “ico”. Por exemplo: ácido perclórico (HClO₄), em que o cloro tem número de oxidação 7+.

• Nomenclatura de Stock. Para nomeá-los, escreve-se a palavra “acido”
   seguida da raiz do nome do não metal acompanhada do prefixo correspondente ao número subscrito do oxigênio (di (2), tri(3), tetra(4)…) e, em seguida, escreve-se “oxo”. Além disso, o sufixo “ico” é escrito na raiz do nome do não metal, seguido de seu número de oxidação em algarismos romanos e entre parênteses. Por exemplo: ácido tetraoxossulfúrico (VI) (H₂SO₄), ácido dioxossulfúrico (II) (H₂SO₂), ácido trioxonítrico (V) (HNO₃) y ácido trioxoclórico (V) (HClO₃).
• Nomenclatura Sistemática. Para nomeá-los, escreve-se o prefixo numérico correspondente ao número subscrito do oxigênio, depois escreve-se a palavra “oxo”, seguida da raiz do nome do não metal com o sufixo “ato” e, em seguida, escreve-se o número de oxidação do não metal em algarismos romanos entre parênteses. Em seguida, escreve-se “de hidrogênio”. Por exemplo: tetraoxossulfato (VI) de hidrogênio (H₂SO₄), dioxossulfato (II) de hidrogênio (H₂SO₂), trioxonitrato (V) de hidrogênio (HNO₃).

Os oxiácidos também têm outros prefixos:

• Meta. Quando formado a partir de uma molécula de água.
• Orto. Quando são formados a partir de três moléculas de água.
• Piro. Quando formado por duas moléculas de água.

Uma ferramenta que se pode utilizar em muitos casos para saber quando um ácido é meta, orto ou piro é a seguinte:

• Os ácidos “piro” têm mais de um átomo do elemento não metálico. Por exemplo: ácido pirofosforoso (H₄P₂O₅).
• Os ácidos “orto” têm mais de dois átomos de hidrogênio. Por exemplo: ácido ortofosforoso (H₆P₂O₆).
• Os ácidos “meta” têm 1 ou 2 átomos de hidrogênio. Por exemplo: ácido metafosforoso (HPO₂).

Raízes dos nomes dos ácidos

É possível que a raiz da nomenclatura do ácido seja a palavra usada para indicar o nome do não metal. Por exemplo:

1. Enxofre. Raíz: sulfur. Símbolo: S. Exemplos: ácido sulfuroso (H₂SO₃), ácido sulfúrico (H₂SO₄)
2. Bromo. Raíz: brom. Símbolo: Br. Exemplos: ácido hipobromoso (HBrO), ácido bromoso (HBrO₂), ácido brômico (HBrO₃), ácido perbrômico (HBrO₄)
3. Carbono. Raíz: carbon. Símbolo: C. Exemplos: ácido carbônico (H₂CO₃)
4. Cloro. Raíz: clor. Símbolo: Cl. Exemplo: ácido hipocloroso (HClO) ácido cloroso (HClO₂), ácido clórico (HClO₃), ácido perclórico (HClO₄)
5. Cromo. Raíz: crom. Símbolo: Cr. Exemplos: ácido crômico (H₂CrO₄), ácido dicrômico (H₂Cr₂O₇)
6. Fósforo. Raíz: fosfor/fosfon. Símbolo: P. Exemplo: ácido fosfônico (H₃PO₃), ácido fosfórico (H₃PO₄)
7. Manganês. Raíz: mangan. Símbolo: Mn. Exemplos: ácido mangânico (H₂MnO₄), ácido permangânico (HMnO₄)
8. Nitrogênio. Raíz: nitr. Símbolo: N. Exemplos: ácido nitroso (HNO₂), ácido nítrico (HNO₃), ácido hiponitroso (H₂N₂O₂)
9. Selênio. Raíz: seleni. Símbolo: Se. Exemplos: ácido selenioso (H₂SeO₃), ácido selênico (H₂SeO₄)
10. Silício. Raíz: silic. Símbolo: Si. Exemplos: ácido metassilícico (H₂SiO₃), ácido ortossilícico (H₄SiO₄), ácido dissilícico (H₂Si₂O₅), ácido pirossilícico (H₆Si₂O₇)
11. Telúrio. Raíz: telur. Símbolo: Te. Exemplos: ácido teluroso (H₂TeO₃), ácido telúrico (H₂TeO₄)
12. Iodo. Raíz: yod. Símbolo: I. Exemplos: ácido iódico (HIO₃), ácido periódico (HIO₄)

Nomenclatura dos ácidos binários

Caso sejam ácidos binários (compostos de hidrogênio e um elemento não metálico), nomeia-se da seguinte maneira:

Escreve-se a palavra “ácido” seguida da raiz do nome do não metal com a terminação “hídrico”. Por exemplo: ácido clorídrico (HCl_(ac)), ácido bromídrico (HBr_(ac)).

Nestes casos, é importante esclarecer que (Ac) (que significa que está em solução aquosa) deve ser adicionado à fórmula do ácido para especificar que estamos formulando o ácido e não um hidreto volátil, por exemplo, cloreto de hidrogênio (HCl).

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