Os comportamentos amorais são aqueles que são realizados sem uma perspectiva ética ou moral, seja porque a moralidade é ignorada ou porque ocorrem em um plano diferente dela. São comportamentos que não levam em consideração o que é certo e o que é errado. Por exemplo: um cachorro perseguindo uma lebre, um bebê puxando o rabo do gato.
Quando o comportamento de uma pessoa está em desacordo com o que a sociedade como um todo considera bom ou desejável, trata-se de um comportamento contrário à moral. Entretanto, se a pessoa não sabe o que se espera dela ou não tem a perspectiva de avaliar se suas ações serão aceitas ou desaprovadas, trata-se de um comportamento amoral. Também é amoral o comportamento que não tem um fim benévolo ou malicioso predeterminado. Por exemplo: uma obra de arte é uma expressão humana, mas não tem um fim moral.
Enquanto os comportamentos imorais são definidos por serem o oposto da moral, os comportamentos amorais não a compreendem nem a levam em consideração. Por exemplo: em um jogo, seguir as regras é certo (moral), trapacear para ganhar é errado (imoral), quebrar uma regra da qual não se tem conhecimento não é certo nem errado (amoral).
Pontos importantes
- Comportamentos morais. São aqueles que se alinham com os valores e as normas aceitos por uma sociedade. Por exemplo: devolver um celular encontrado na rua.
- Comportamentos imorais. São aqueles que se opõem à moralidade de uma sociedade. Envolvem uma intenção consciente. Por exemplo: encontrar a carteira de outra pessoa e ficar com ela.
- Comportamento amoral. São aqueles que não são guiados por considerações morais. Por exemplo: encontrar um brinquedo no playground, sendo uma criança pequena, e guardá-lo como se fosse algo seu.
- Veja também: Amoral
O que é moralidade?
A moralidade é o conjunto de tradições, costumes e normas que uma sociedade emprega para distinguir o que é bom (o socialmente aceitável, desejável ou tolerável) do que é ruim (o socialmente condenável, repreensível ou intolerável). A moral depende das características socioculturais, religiosas e políticas da sociedade e do momento histórico, mas sempre opera com base em critérios objetivos e concretos. Por exemplo: cuidar dos espaços públicos, não mentir.
A moralidade se desenvolve nos seres humanos por meio da interação com o ambiente, a partir do qual as normas de cada comunidade são conhecidas e se tornam próprias. É uma construção que começa na infância e resulta na capacidade de diferenciar entre o certo e o errado e de agir de acordo com isso.
Os termos ética e moral são frequentemente usados de forma intercambiável, mas, a rigor, referem-se a coisas diferentes. A ética é uma disciplina que estuda o comportamento humano e as maneiras pelas quais é julgado. Serve para estabelecer regras e códigos, e é teórica. A moral, por outro lado, refere-se a um conjunto de valores baseados em uma determinada cultura. É prática e tem a ver com costumes. Por exemplo: dois médicos de religiões diferentes podem ter considerações morais diferentes, mas ambos devem proceder de acordo com o mesmo código de ética profissional, que expressa a maneira correta e aceitável de praticar a medicina.
Exemplos de comportamento amoral
- Uma criança diz algo inadequado de forma inocente. Devido ao fato de as crianças ainda não terem desenvolvido a capacidade total de distinguir o certo do errado, ou o que é socialmente aceitável do que não é, elas podem dizer algo inadequado sem a intenção de fazê-lo, ou seja, de forma amoral.
- Um cientista desenvolve a teoria atômica. Trata-se de um comportamento amoral porque o cientista está empenhado em descobrir como os átomos funcionam, não em seus possíveis usos (bons ou ruins). A teoria pode ser usada para construir usinas nucleares para fornecer eletricidade às pessoas ou para construir bombas atômicas capazes de causar grandes danos.
- Um estrangeiro viola os costumes religiosos de outro país. Se a pessoa não estiver familiarizada com a moral própria de uma religião que lhe é estranha, não saberá que está violando uma regra ou incomodando aquela comunidade. É uma conduta amoral porque não é um ato intencional.
- Uma pessoa se envolve em um comportamento de risco durante uma crise emocional. Uma crise emocional pode desencadear uma série de reações que a pessoa não consegue controlar e que podem ser arriscadas para si e para os outros. Trata-se de um comportamento amoral porque, nesse momento, o indivíduo não é capaz de julgar suas próprias ações. Caso cometa um crime nessas circunstâncias, o indivíduo pode não receber penalidades criminais, mas sim ajuda psiquiátrica.
- Um advogado defendendo um criminoso confesso. O advogado deve fazer seu trabalho e defender seu cliente, sem julgá-lo ou tomar uma posição pessoal sobre o crime cometido. Nesse caso, a amoralidade do advogado está relacionada à ética de sua profissão.
- Um motorista estaciona em uma vaga reservada para idosos que não está marcada. Trata-se de um comportamento amoral, pois o motorista não está ciente de que a vaga é reservada. Sua ação não se deve a uma contradição moral ou a uma intenção de ignorar as regras, mas a uma falta de informação.
- Um estudante não devolve um livro à biblioteca porque teve uma emergência. O estudante não está agindo por desrespeito às regras da biblioteca, mas porque uma situação inesperada e significativa não lhe permite cumprir o compromisso assumido. Considera-se um comportamento amoral porque envolve uma circunstância não escolhida pela pessoa.
- Uma jovem faz uma escultura que expressa suas ideias. A ação da jovem se concentra na expressão pessoal e é motivada por um interesse artístico. A obra pode gerar diferentes reações dos espectadores, mas sua conduta é amoral porque não implica a intenção de fazer o bem ou o mal.
- Uma pessoa idosa que sofre de perda de memória conta histórias fictícias. Os relatos de uma pessoa com perda de memória podem ser inverídicos, mas como se trata de um problema cognitivo fora de seu controle e não de uma mentira intencional, é considerado um comportamento amoral.
Continue com:
Referências
- Ferrater Mora, J. (1964). Diccionario de filosofía. Sudamericana.
- Villegas de Posada, C. (1998). Influencia de Piaget en el estudio del desarrollo moral. Revista Latinoamericana de Psicología,30(2), 223-232. https://www.redalyc.org
Esta informação foi útil para você?
Sim NãoGenial! Obrigado por nos visitar :)