O condicionamento é um processo pelo qual um estímulo é vinculado a uma resposta ou comportamento para gerar aprendizado associativo. Faz parte do campo de estudo da escola psicológica do behaviorismo, que sustenta que o único objeto válido de estudo em psicologia é o comportamento observável.
Há duas formas de condicionamento:
- Condicionamento clássico. É a associação de respostas involuntárias com um estímulo neutro. Por exemplo: um cão que corre para a porta quando ouve o som de sua guia porque associou este som à hora do passeio.
- Condicionamento operante. É a associação de comportamentos voluntários com uma consequência, a fim de incentivá-los ou inibi-los. Por exemplo: uma criança que recebe um doce depois de arrumar o quarto tende a repetir esta ação, porque a associa a uma recompensa; um funcionário que chega diversas vezes atrasado ao trabalho e recebe uma penalidade, logo tentará chegar no horário para evitar um novo efeito adverso.
Ambos os tipos de condicionamento pressupõem que a efetividade do aprendizado por associação depende da repetição e da frequência com que os estímulos são apresentados.
- Veja também: Comportamentalismo na sala de aula
Condicionamento clássico
O condicionamento clássico afirma que o comportamento é dividido em estímulos e respostas. Também é chamado de condicionamento pavloviano, em homenagem ao seu mais importante estudioso, Ivan Pavlov (1849–1936).
O experimento mais famoso de Pavlov consistiu em alimentar um cão somente após o toque de um sino. Depois de repetir este padrão várias vezes, o cão salivou na expectativa do alimento que estava por vir. Ou seja, um estímulo que era neutro para o cão (a campainha) gerou uma resposta condicionada (salivação). O estímulo neutro é então um estímulo condicionado.
Pelo condicionamento clássico, uma resposta específica a um estímulo é provocada por uma associação de eventos. Por exemplo: quando a campainha do recreio toca, os alunos se levantam, pois associam o som da campainha à hora de sair.
Condicionamento operante
O condicionamento operante estabelece que os comportamentos aparecem em maior ou menor grau dependendo das consequências que provocam. Trata-se de desenvolver novos comportamentos: estimulando os comportamentos desejados por meio de reforço positivo e eliminando os comportamentos indesejados por meio de reforço negativo.
O principal pesquisador do condicionamento operante foi Burrhus Frederic Skinner (1904–1991). Skinner usou um ambiente livre de distrações, conhecido como “caixa de Skinner”, para explorar o comportamento. Lá fez testes com animais e descobriu que eles podiam aprender a pressionar uma alavanca para obter comida. Através do condicionamento operante, uma resposta é aumentada ou diminuída. Por exemplo: um supermercado oferece descontos em alguns produtos (reforço positivo) para que as pessoas comprem mais (comportamento desejado); uma mãe retira o console de videogame do quarto do filho para evitar que ele jogue até tarde da noite.
Diferenças entre condicionamento clássico e operante
Condicionamento clássico | Condicionamento operante |
---|---|
Um estímulo neutro é associado a um estímulo que já provocou uma determinada resposta. | Um comportamento é associado às suas consequências. |
Aprendizagem de sinais: um estímulo (sinal externo ou interno) pode antecipar ou prever um evento. | Aprendizagem por reforço: os comportamentos podem ser mais ou menos prováveis dependendo da resposta do ambiente. |
Concentra-se no estímulo que causa a resposta. | Concentra-se na consequência da resposta. |
Os dois estímulos (neutro e condicionado) são apresentados juntos, de modo repetido. | A um comportamento responde-se com uma recompensa positiva ou negativa, para incentivá-lo ou extingui-lo. |
Comportamento respondente: a resposta a um estímulo condicionado. | Comportamento operante: age-se para provocar uma mudança no ambiente. |
O comportamento é involuntário ou reflexivo. O organismo é passivo: reage a um estímulo. | O comportamento é voluntário. O organismo é ativo: decide sobre um comportamento em função das consequências. |
Exemplos de condicionamento clássico
- Associar a campainha do recreio a sensação de alívio e relaxamento porque você espera um intervalo.
- Sentir fome ao ver alguém cozinhando.
- Experimentar uma sensação desagradável ao retornar ao local onde algo negativo aconteceu.
- Lembrar-se de uma pessoa ao sentir o cheiro de um perfume parecido com o dela.
- Evitar tocar em objetos quentes depois de ter se queimado.
- Associar o som de fogos de artifício a uma situação perigosa.
- Assumir uma postura respeitosa na sala de aula quando ouvir o professor chegando.
- Associar o cheiro de café a um horário específico.
- Relaxar ouvindo música com sons da natureza.
- Associar a lição de casa a sentimentos negativos quando ela é usada como punição.
Exemplos de condicionamento operante
- Estimular o esforço dos vendedores, recompensando-os por realizarem mais vendas.
- Permitir que os alunos se sentem em grupos depois de concluir as atividades solicitadas.
- Não permitir que um adolescente use um telefone celular quando ele for reprovado nos exames.
- Agradecer a um vizinho por regar as plantas durante as férias.
- Multar as pessoas por jogarem lixo fora da área designada.
- Receber feedback positivo ao publicar uma foto nas mídias sociais.
- Elogiar uma criança quando ela compartilha seus brinquedos com outras pessoas.
- Ignorar um cão quando ele pede comida à mesa.
- Implementar uma rotina de sono.
- Oferecer um dia de folga aos funcionários que atingirem metas.
- Continue com: Motivação intrínseca e extrínseca
Referências
- Sulle, A. y Zerba, D. (Comps.). (2019). La trama epistémica de la psicología. FEDUN.
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