A conjunção é uma palavra invariável que tem a função de estabelecer relações entre diferentes elementos: palavras, grupos de palavras, orações, períodos. Por exemplo: mas, e, ou, pois.
Do ponto de vista funcional, as conjunções são conectores, pois ligam as diferentes partes dos enunciados, e são a única classe de palavras que tem exclusivamente esta função. Existem diferentes tipos de conjunções e cada uma expressa uma relação particular entre os elementos que liga.
As conjunções e locuções conjuntivas classificam-se em:
- Conjunções coordenativas. Ligam elementos funcionalmente equivalentes que podem ser palavras, orações, períodos, de modo que não estabelecem relações hierárquicas entre eles, mantendo sua independência. Por exemplo: O menino e seu pai foram pescar.
- Conjunções subordinativas. Ligam duas orações de diferentes hierarquias sintáticas e estabelecem uma relação de dependência entre elas. Por exemplo: Embora ele tenha tentado, não conseguiu ter sucesso.
- Veja também: Lista de conjunções
Conjunções coordenativas
As conjunções coordenativas se classificam em:
- Conjunções aditivas. Introduzem elementos que somam-se. Por exemplo: e, nem (Carlos não foi trabalhar nem descansou.), mas ainda.
- Conjunções alternativas. Introduzem alternativas ou escolha. Por exemplo: ou… ou (Este clima está muito estranho: ou faz frio ou faz calor.), ora… ora.
- Conjunções adversativas. Introduzem elementos que contrastam ou se opõem. Por exemplo: mas (Você vai trabalhar hoje, mas eu vou descansar.), contudo, entretanto.
- Conjunções conclusivas. Introduzem elementos que encerram a conclusão do primeiro enunciado. Por exemplo: portanto, logo (“Penso, logo existo.”), por isso.
- Conjunções explicativas. Introduzem elementos que justificam a ideia contida no primeiro enunciado. Por exemplo: que, porque, pois (Espere um pouco mais, pois tenho certeza de que ele chegará.).
Atenção: quando a conjunção “ou” indica equivalência adquire valor explicativo. Por exemplo: As figuras de linguagem ou de estilo são formas não convencionais de usar as palavras.
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas se dividem em:
- Conjunções conformativas. Introduzem uma oração subordinada em que se expressa uma conformidade de um fato com outro, de ideias, de pensamentos em relação à oração principal. Por exemplo: conforme (Faço tudo conforme fui ensinada).
- Conjunções condicionais. Estabelecem uma condição para que seja cumprido o que foi expresso no enunciado principal. Por exemplo: se (Se você não vier, ficarei triste.), caso (Caso chova, cancelaremos a festa.).
- Conjunções causais. Indicam a causa do que foi expresso na oração principal. Por exemplo: porque (Irei porque você pediu.), pois (Não participarei pois tenho outro compromisso.), como (Como não tinha estudado, reprovou no teste.).
- Conjunções consecutivas. Indicam a consequência ou dedução do que foi expressa na oração principal. Por exemplo: que – precedida de tão, tanto, tal, tamanho – (Havia tanto sol que tivemos que ir embora.)
- Conjunções concessivas. Apontam a uma objeção ou obstáculo para que ocorra a ação da oração principal, mas que não impede de ser realizada. Por exemplo: ainda que (Ainda que eu explique, você não entenderá.), nem que (Coma, nem que seja a sobremesa.).
- Conjunções temporais. Introduzem a oração principal na qual expressa o tempo. Por exemplo: logo que (Logo que chegou, dormiu.), enquanto (Enquanto ele cozinhava, ela estudava.).
- Conjunções comparativas. Introduzem o segundo termo de comparação nos enunciados ou orações comparativas. Por exemplo: que (Agora é mais feliz que antes.), como (É inteligente como era o pai dela.).
- Conjunções finais. Apontam à finalidade ou objetivo do que foi expresso na oração principal. Por exemplo: para que (Saiu correndo para que não o apanhassem em flagrante.), a fim de que (Deu parte na polícia, a fim de que o incidente ficasse registrado.).
- Conjunções proporcionais. Introduzem orações que exprimem proporção. Por exemplo: à medida que (À medida que passava o tempo, tudo voltava à normalidade.).
Atenção: As conjunções subordinativas só unem períodos, e, pelo menos uma delas, não faz sentido sem a outra, já que há uma diferença na hierarquia sintática: uma é a oração principal e a outra é chamada de subordinada.
Locuções conjuntivas
A maioria das conjunções subordinadas são, na verdade, locuções conjuntivas, ou seja, construções que consistem em duas ou mais palavras, que cumprem as mesmas funções que as conjunções.
- Preposição + que: para que, por que.
- Advérbio + que: ainda que, bem que, sempre que, assim que, já que.
- Particípio + que: posto que, dado que, visto que.
- Preposição + substantivo + que: por mais que, à medida que, de maneira que.
Orações com conjunções coordenativas
Conjunções aditivas
- Eu tenho um gato e o vizinho tem um cachorro.
- Todos os textos e ilustrações foram entregues.
- Ele não pediu para comer nem para beber nada em particular.
- Tanto o panorama nacional quanto o contexto internacional apontam na mesma direção.
- Eles não limpavam a casa nem lavavam a roupa.
Conjunções alternativas
- Para a animação, eles vão contratar um palhaço ou um mágico.
- Ou aumentamos o orçamento ou reduzimos as despesas.
- Quer fazia suas tarefas, quer brincava, sempre era repreendido.
- A criança teria sete ou oito anos de idade.
Conjunções adversativas
- Entendo o que você está dizendo, mas não aceito a proposta.
- Eles correram o mais rápido que puderam, porém perderam o avião.
- Decidimos ajudá-lo, contudo, não temos muito tempo.
- Esta não é a última chance, mas uma entre muitas.
- Não questiono a você, senão a ele.
Orações com conjunções subordinativas
Conjunções conformativas
- Nem tudo é conforme vocês imaginam.
- Segundo ouvi dizer, a funcionária vai processar a empresa por calúnia e difamação.
- A palestra foi consoante com o público.
- Como disse o poeta: “Navegar é preciso, viver não é preciso”.(Fernando Pessoa).
Conjunções condicionais
- Se tivermos a oportunidade, iremos à Argentina.
- Caso não passe na prova, não me vão me deixar sair no fim de semana.
- Assistirei ao jogo ao vivo, se puder.
- Temos vagas diurnas, caso você prefira não estudar à noite.
- Se tivesse chovido, não precisaria regar as plantas.
Conjunções causais
- A criança está feliz porque hoje é o seu aniversário.
- Como não há objeções, prosseguiremos com a assinatura do contrato.
- Ninguém ousa se aproximar da casa, pois há um cachorro que a guarda.
- Como ele se levanta cedo amanhã de manhã, irá para a cama cedo.
- Vou me hospedar em outro hotel, já que não há quarto no que eu havia inicialmente escolhido.
Conjunções consecutivas
- Depois de tanta chuva saiu o sol, de modo que vamos dar um passeio.
- Vovó não pode ver uma propaganda publicitária com oferta sem que queira comprar.
- Está tão frio que prefiro não sair.
- Os alimentos estão bem conservados, de maneira que podem ser consumidos sem qualquer problema.
- A reunião foi adiada, de maneira que todos pudessem estar presentes.
Conjunções concessivas
- Ainda que se oponham, seguiremos com os nossos planos.
- Não se demitirá, embora se sinta pressionado.
- Por mais que você tente, não conseguirá impedi-lo.
- Não mudará de opinião, mesmo que lhe implore.
Conjunções temporais
- Enquanto um de nós cozinha, o outro arruma a mesa.
- Assim que eu chegar em casa, ligo para você.
- A mãe desligou a luz após a criança ter adormecido.
- Quando você saiu, organizei a mudança.
Conjunções comparativas
- Ele está mais feliz hoje do que estava antes.
- Ela é tão inteligente quanto simpática.
- O garoto é tão corajoso quanto seu irmão mais velho.
- Está mais frio dentro do que fora da casa.
- Ela cozinha melhor que a sua mãe.
Conjunções finais
- Quero explicar para que vocês me entendam.
- Temos que submeter este orçamento para aprovação do cliente.
- Contratamos mais enfermeiras a fim de que todos os pacientes tenham os cuidados necessários.
- Sua mãe me chamou para falar sobre você.
- Compraremos mais bebidas para que não falte na festa.
Referências
- BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
- CEGALLA, Domingos Paschoal. Gramática da Língua Portuguesa. 48 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional.
- CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2010.
- CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 7. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2016.
- LIMA, ROCHA. Gramática normativa da língua portuguesa. 49 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.
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