A evasão escolar é a interrupção ou desvinculação dos estudos antes que os estudantes concluam um ciclo escolar ou obtenham o diploma final correspondente. Pode ocorrer em diferentes níveis de educação, do nível básico ao superior ou universitário, e pode ser temporária ou permanente. Por exemplo: abandonar as aulas em um curso de nível primário e voltar a se matricular no ano seguinte; abandonar o ensino médio para começar a trabalhar e não retornar.
Há vários fatores que causam a evasão das atividades educacionais. Podem ser causas intrínsecas (pessoais) ou extrínsecas (econômicas, acadêmicas ou familiares). Por exemplo: reprovar em várias matérias e perder a motivação; não ter apoio familiar suficiente.
Por sua vez, a evasão escolar tem consequências individuais e coletivas. Em nível pessoal, representa uma limitação para o trabalho e o desenvolvimento profissional. Socialmente falando, gera menos bem-estar comunitário, pois a educação é um recurso fundamental para a formação de cidadãos que buscam melhorar e transformar a sociedade.
Conseguir que os alunos permaneçam nas instituições de ensino exige iniciativas pedagógicas, culturais e econômicas. Por exemplo: conhecer e abordar os problemas particulares dos alunos; oferecer programas para mães/pais de alunos; fornecer apoio acadêmico específico.
- Veja também: Discriminação escolar
Causas da evasão escolar
Existem vários fatores que podem determinar ou condicionar a continuidade na escola. São elementos que não têm um efeito isolado, ou seja, a evasão escolar resulta da interação e acumulação de diferentes situações. As principais causas são:
- Causas econômicas. Trata-se de dificuldades para cobrir os custos de frequentar a escola, como transporte, materiais ou roupas, e a necessidade de trabalhar para trazer dinheiro para a família.
- Causas acadêmicas. São os problemas relacionados ao desempenho escolar, à repetência e ao absenteísmo repetido. Além disso, os métodos de ensino desmotivadores, o conteúdo irrelevante e os ambientes escolares hostis são citados como fatores que contribuem para a evasão escolar.
- Causas familiares. Trata-se de circunstâncias associadas à falta de apoio familiar, situações de violência doméstica ou a necessidade de assumir responsabilidades. Por exemplo: cuidar de irmãos mais novos, desintegração familiar.
- Causas pessoais. São os aspectos motivacionais, emocionais e psicológicos. Por exemplo: falta de metas, dificuldades de aprendizado, falta de recursos para se adaptar a diferentes situações. Outra causa importante é a gravidez ou a união com um/a companheiro/a e, em menor escala, problemas de dependência de drogas ou álcool.
- Veja também: Motivação intrínseca e extrínseca
Consequências da evasão escolar
Uma proporção significativa de jovens não atinge um nível mínimo de escolaridade que lhes permita desenvolver as habilidades e competências necessárias para entrar no mercado de trabalho. O número de empregos que exigem um diploma de ensino médio está aumentando, portanto, a principal consequência da evasão escolar está relacionada à economia.
A baixa probabilidade de ter um emprego remunerado tem um efeito profundo em vários aspectos: no âmbito familiar, porque implica a exposição a condições de vida precárias; no âmbito social, porque dificulta a possibilidade de acabar com a reprodução das desigualdades de geração em geração. Além disso, em nível pessoal, a evasão pode levar à frustração e à baixa autoestima.
Em relação à escola, a evasão escolar implica o não cumprimento de um de seus deveres fundamentais. Espera-se que as instituições educacionais implementem estratégias para garantir que aqueles que ingressam na escola consigam concluir seus estudos. A educação é um direito básico, indispensável para promover a equidade, e, portanto, é necessário implementar mecanismos de contenção para prevenir e evitar a evasão escolar.
Exemplos de evasão escolar
- Joaquim, 11 anos, deixa de ir à escola porque, para frequentá-la, precisa caminhar 6 quilômetros de ida e 6 quilômetros de volta de sua casa na periferia de uma cidade rural.
- Lúcia, 15 anos, sofre bullying e se sente insegura na escola. A escola não intervém de forma eficaz e sua família não sabe a quem recorrer. Por esta situação, decidem que ela não deve mais frequentar a escola.
- O pai de Matias, de 14 anos, abandona a família repentinamente. Sua mãe fica em estado de choque e precisa de apoio constante. Como eles não têm uma rede de apoio, Matias deixa de ir à escola para ficar com a mãe.
- Adriana, 10 anos, vive em um país onde não há educação pública. Sua família não tem dinheiro suficiente, então ela tem de abandonar a escola até conseguir uma bolsa de estudos.
- O pai e a mãe de Diana, 9 anos, estão divorciados. O pai mora em um lado da cidade e a mãe em outro, bem longe. Os conflitos entre eles fazem com que Diana tenha de viajar o tempo todo e faltar à escola com muita frequência.
- A família de Danilo, de 15 anos, é muito ausente. Há um tempo, acham que ele frequenta a escola, mas, na verdade, tem ido de forma intermitente e começa a usar drogas. Por esta situação, ele deixa de ir à escola.
- Natália, de 17 anos, recebe uma oferta de emprego como modelo, com um salário muito atraente para ela. Não tem dúvidas e decide abandonar a escola para começar sua carreira no mundo da moda.
- Tobias, 8 anos, tem dificuldades de aprendizado. A escola não lhe dá muita atenção, e Tobias começa a acreditar que o problema é seu e que ele nunca conseguirá aprender. Seu desempenho é baixo e repete vários anos, o que o desanima ainda mais.
- Sofia, 20 anos, estuda em uma universidade quando seu pai é demitido do emprego. A situação econômica do país é difícil e é improvável que seu pai consiga outro emprego. Ele decide abrir uma empresa familiar para a qual sua filha é indispensável, e Sofia é forçada a abandonar os estudos.
- As notas de João, de 17 anos, não têm sido boas este ano. Apesar de faltar pouco tempo para terminar os estudos, ele desistiu, acreditando que não precisará de seu diploma para conseguir um emprego.
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Referências
- Bassi, M., Busso, M., Urzúa, S. y Vargas, J. (2012). Desconectados. Habilidades, educación y empleo en América Latina. BID.
- Espinola, E. y León, A. (2002). La deserción escolar en América: un tema prioritario para la agenda regional. Revista Iberoamericana de Educación, (30). https://rieoei.org
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