10 Exemplos de
Valores objetivos e subjetivos

Os valores são qualidades que se atribuem às coisas e às pessoas, com base em um contexto moral, social e cultural. Desta forma, podem ser consideradas positivas (desejáveis) ou negativas (repudiáveis). Por exemplo: uma atitude solidária costuma ser percebida como positiva (valor); uma atitude egoísta costuma ser percebida como negativa (antivalor).

Dentro da axiologia ou da teoria do valor, distinguem-se diferentes tipos de valores. Por exemplo: valores universais (compartilhados por todo o mundo), valores pessoais (de cada indivíduo), valores familiares (próprios da família como instituição social), valores religiosos (próprios de uma doutrina religiosa).

Existe uma distinção básica que dá lugar a duas escolas opostas, segundo se considera os valores como objetivos ou subjetivos.

  • Valores objetivos. São independentes das crenças e das experiências individuais. O seu valor reside no objeto e está baseado na realidade: é positivo ou negativo além de quem o interprete. Permitem estabelecer regras gerais aplicáveis a todos os casos. Por exemplo: ajudar as outras pessoas está bem; colar em uma prova está mal.
  • Valores subjetivos. Dependem das considerações individuais de cada pessoa. O seu valor reside na interpretação e está baseado em preferências relativas: um mesmo objeto pode ser positivo ou negativo, segundo quem o observa. Por exemplo: cuidar do meio ambiente é importante para algumas pessoas, mas é irrelevante para outras.

Valores objetivos

Os valores objetivos são aqueles que residem no objeto ou na pessoa, e não nas apreciações individuais. São absolutos e universais. Por exemplo: a água tem valor porque é necessária para a vida; uma pedra preciosa tem mais valor que uma rocha comum devido às suas propriedades (brilho, cor, forma).

Segundo a escola objetivista, as pessoas podem descobrir ou captar o valor de algo ou de alguém. No entanto, não é essa apreciação que lhe dá importância. Neste sentido, os valores foram comparados com as cores. Por exemplo: a cor azul possui características físicas objetivas e mensuráveis de longitude de onda; e embora um objeto azul seja pintado de vermelho, não perde suas qualidades, simplesmente está tapado.

Um dos grandes teóricos desta corrente axiológica foi o filósofo alemão Max Scheler (1874–1928), que sustentou que os objetos possuem qualidades que geram uma resposta afetiva no observador. Por isso, as coisas podem ser agradáveis ou desagradáveis, boas ou más. Segundo esta postura, o valor é um traço que antecede as coisas, ou seja, parte de sua essência. Outros nomes associados a esta corrente são os de Platão e de Aristóteles.

Valores subjetivos

Os valores subjetivos são aqueles que dependem das considerações de cada pessoa, do seu contexto cultural e pessoal, da sua forma de pensar e dos seus interesses. Estes valores são estabelecidos entre os seres humanos e as coisas a partir das preferências pessoais. Por exemplo: uma pessoa valoriza a roupa pela sua marca e outra pessoa pelo conforto.

Segundo a escola subjetivista, o valor não reside nas coisas, mas na perspectiva que se adquire sobre elas. A ideia de autonomia nas decisões morais é importante desde este ponto de vista: cada pessoa pode escolher seus próprios valores.

Alguns autores afirmam que esta escolha depende dos interesses. Por exemplo: uma pessoa interessada na leitura valorizará a existência de bibliotecas. Outras pessoas subjetivistas supõem que se baseia no estado de ânimo e nas circunstâncias. Por exemplo: uma pessoa pode avaliar positivamente o tempo livre quando está muito cansada, ou negativamente se encontra desempregada. Um dos grandes nomes do subjetivismo filosófico foi o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844–1900), que afirmava que “a verdade sempre será relativa e individual”. Outros filósofos pertencentes a esta tradição são os gregos Protágoras e Górgias.

Diferenças entre valores objetivos e subjetivos

As diferenças entre os valores objetivos e os valores subjetivos podem ser resumidas da seguinte forma:

Valores objetivosValores subjetivos
São próprios do objeto em si mesmo; fazem parte de sua essência.Não estão nos objetos, mas no olhar do ser humano que os valoriza.
São universais, absolutos e quantificáveis.São particulares, contextuais e nem sempre quantificáveis.
São percebidos de maneira intuitiva, antes que a razão intervenha.São discutíveis; devem-se à maneira de pensar e de sentir.

Exemplos de valores objetivos

Os valores universais são compartilhados pela maioria das pessoas e culturas. Embora a sua interpretação possa variar, existe um consenso sobre o seu valor.

  1. Respeito. É a consideração positiva por alguém ou algo.
  2. Justiça. É a regra que indica dar o mesmo a todas as pessoas.
  3. Responsabilidade. É a capacidade de assumir as consequências das próprias ações.
  4. Liberdade. É a capacidade de agir de acordo com a própria vontade.
  5. Paz. É a qualidade de viver em harmonia e promover uma convivência positiva.

Exemplos de valores subjetivos

Os valores que se referem a características estéticas, emocionais ou crenças costumam ter maior quantidade de interpretações, por isso a sua subjetividade se destaca.

  • Beleza. É a qualidade de gerar sensações gratas em quem a percebe.
  • Arte. É a expressão criativa de sentimentos, emoções e ideias.
  • Sucesso. É a realização satisfatória de objetivos ou metas.
  • Felicidade. É um estado emocional de alegria e plenitude.
  • Ética. É a análise do comportamento humano que define ações corretas e incorretas.

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Referências

  • Fragoso Fernández, E. (2006). ¿Son los valores subjetivos u objetivos? Diferenciación entre lo que es un valor en sí y el proceso de valoración. Xihmai,1(2). https://dialnet.unirioja.es
  • Seijo, C. (2009). Los valores desde las principales teorías axiológicas: cualidades apriorísticas e independientes de las cosas y de los actos humanos. Clío América, 3(6), 152-164.

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Gómez, María Inés. Valores objetivos e subjetivos. Enciclopédia de Exemplos, 2024. Disponível em: https://www.ejemplos.co/br/valores-objetivos-e-subjetivos/. Acesso em: 15 de setembro de 2024.

Sobre o autor

Autor: María Inés Gómez

Psicopedagogia (IES Alicia Moreau de Justo). Arteterapia (CAECE e SEUBE-UBA ).

Traduzido por: Cristina Zambra

Licenciada em Letras: Português e Literaturas da Língua Portuguesa (UNIJUÍ).

Data de publicação: 6 de agosto de 2024
Última edição: 14 de setembro de 2024

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